quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Tudo...

O que mais gosto em ti não são os teus olhos cor de mel,

Brilho de estrela jamais vista no céu,

Nem da lágrima que deles desceu,

Pois suspeito que isso nunca aconteceu.

Tão pouco o teu cabelo desarrumado,

Se jamais acordei ao teu lado.

O que mais quero de ti não é o aperto do teu abraço,

Pois isso eu mesmo faço

Nem os teus movimentos sobre o meu corpo deitado,

Sonho pedido e nunca realizado.

O que admiro em ti não é o teu modo alegre de viver,

pois isso nunca pude perceber,

Nem a tua capacidade de dizer "Não",

Produto de ausência de amor no teu coração.

O que mais admiro em ti não é o teu jeito de dizer "amor",

Pois dessa palavra nunca tive o sabor.

O que adoro em ti não é a tua capacidade de amar,

Pois isso tu nunca pôdeste provar.

O que mais adoro em ti não é a tua proclamada sinceridade,

Poucas vezes sentida de verdade,

Nem da tua clara indecisão,

Fruto do desconhecimento do teu próprio coração.

Tão pouco a tua teimosia,

Que faz do amor mera fantasia.

O que me intriga em ti é essa total contradição

Que faz da felicidade contramão.

O que eu amo em ti é esse teu dom de poder despertar,

A minha capacidade de amar.

Que consegue fazer renascer,

Esse dom divino de tudo isto poder escrever.

O que mais sinto falta em ti é uma coisa um pouco engraçada

É tudo e nada!